Dois álbuns lançados em duas semanas, quase um milhão de ouvintes e nenhum show agendado. A The Velvet Sundown parecia ser a nova promessa da cena alternativa — até que alguém fez a pergunta que ninguém queria responder: “Quem são esses caras?”
Resposta: ninguém. Literalmente.
A banda toda foi criada por inteligência artificial — músicas, fotos, integrantes fictícios, perfil nas redes sociais e tudo mais. Um projeto fake que viralizou e quase enganou meio mundo musical, a plataforma Deezer descobriu e até criou o selo: “conteúdo criado com ferramentas de inteligência artificial”.
Isso pode parecer só uma trollagem nerd, mas revela algo bem mais profundo: estamos afogados em um mar de músicas. São mais de 120 mil faixas por dia subindo em plataformas como Spotify e Apple Music. Muita coisa passa batido — inclusive bandas fantasmas com nomes que parecem saídos de uma jam session entre um filtro do Instagram e um gerador de nomes aleatórios.
Com o algoritmo tomando conta da curadoria, surgem playlists inteiras de lo-fi, jazz e baladas vintage, todas feitas por IA, com milhões de plays. E a gente nem percebe.
Moral da história: se um robô fizer uma banda e ninguém notar... ela já tem chance de ser indicada ao Grammy.
Ouça uma das músicas da banda aqui:
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