Você pode fazer vários nadas, sim! Não caia na obrigação em produzir
Estamos vivendo uma crise nunca vista por nossa geração, estamos privados - e em muitos casos - ao trabalho, ao passeios, viagens e tantos outros afazeres. Fomos obrigados a nos recolher, ficar em casa por um bem maior, para preservar a nossa saúde e a de outras pessoas.
Forçar a produzir não vai te levar a nada. |
Em março quando estourou a pandemia do novo coronavírus, o Covid-19, ninguém pensava que o futuro seria incerto, que precisaríamos a nos adaptar a uma nova rotina, a criar novos hábitos, a cuidar mais dos outros.
Os dias foram se esticando, as semanas foram se alongando e se passaram três meses de isolamento.
Ficar muito tempo em casa tem seus pontos negativos. A ansiedade entra pela porta sem avisar e se instala na sua vida, como um hospede acomodado, os dias de sorriso e festas por estar em casa vão diminuindo, vão se tornando repetitivos e cansativos.
Ai entra uma rotina cheia de vários nadas, tudo enjoa, tudo cansa. Por falar em cansar, os dias se resumem a ficar deitado, atualizando o feed das redes sociais a procura de novidades. Os filmes e séries já não resolvem.
O querido sono não chega com facilidade, a madrugada se torna uma inseparável companhia e amanhã cada vez mais ausente, afinal dormir tarde é sinônimo de acordar tarde. Essa bola de neve só vai aumentando e só você não percebe.
Até que vem um estalo, vontade de mudar, criar, ter um novo propósito.
Se permitir a romper os laços com as amigas ansiedade e depressão, elas não fazem bem, só te consomem, só querem o teu mal. Você consegue bloquear e expulsar esses hospedes abusados de sua vida.
Sim, mandou ele pra longe e agora percebeu que pode produzir tanta coisa, conhecer e aprender tantas coisas. Afinal, ficar deitado o dia todo é normal, não tem problema, passar o dia assistindo série ou jogando videogame, também. Mas você pode muito mais.
O problema está na obrigação (substantivo feminino 1. ação de obrigar; fato de estar obrigado a fazer uma ação. 2. aquilo que é ou se tornou necessidade moral de alguém; dever, encargo).
Eu preciso fazer isso agora? |
Não transforme aquilo que lhe entretêm em obrigação, visto que automaticamente, esta ação se desclassifica do universo diversão e passa a fazer parte da lista de deveres. Deixa de ser o desejo adequado ou apropriado de uma pessoa. E forçar a produzir não vai te levar a nada.
Afinal, eu preciso fazer isso agora? Eu posso fazer isso agora?
Usar o tempo livre para ler, escrever, colorir, estudar um novo idioma, aprender um instrumento musical, assistir um filme, navegar nas redes sociais é um remédio para a estabilidade da nossa saúde mental. Desde que não ultrapasse o âmbito da diversão.
Esse texto foi inspirado em um desses insights e na passagem do ostracismo para o prazer em fazer algo que estava perdido há muito tempo. E por que não resgatar algo que ficou perdido no passado? Libertar o que ficou preso? Tire a poeira e use, gaste, termine.
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