"Lovelace", filmebiografia revela bastidores da vida de atriz pornô e do clássico filme Garganta Profunda
Há tempos que a atriz Amanda Seyfried queria emplacar e se envolver em um projeto audacioso. Pois bem, ela conseguiu. Amanda é protagonista do filme "Lovelace" que entrou em cartaz neste final de semana e conta a história da atriz pornô Linda Boreman, mais conhecida como Linda Lovelace onde ficou conhecida na década de 70 após estrelar o filme que se tornaria o mais famoso da indústria pornográfica: Garganta Profunda.
"Lovelace" expõe a vida íntima de um símbolo sexual da década de 70, marcada por episódios de violência doméstica e pela tentativa de continuar sob os holofotes, e revela os bastidores conturbados da gravação do filme Garganta Profunda.
A verdadeira história de Linda, alvo da cinebiografia que chega ao
Brasil nesta sexta-feira, é bem menos glamurosa do que a sugerida pelo
conto da atriz que alcança o estrelato rapidamente. Linda se casou com
seu agente, Chuck Traynor, um ano antes das filmagens de Garganta profunda.
Em sua biografia, ela diz que ele a obrigou a participar do filme –
parentemente uma das menores violências que sofreu, de acordo com seus
relatos. Linda contou ter sido estuprada, agredida constantemente e
forçada à prostituição. Dos U$ 600 milhões que o filme rendeu, Linda diz
ter recebido apenas U$ 1.250. “Linda adorava ser uma atriz famosa",
disse a atriz Amanda Seyfried, sua intérprete no cinema. "Mas isso era
só o que ela tinha." Após o sucesso do filme, Linda separou-se de
Traynor e tentou emplacar em outras produções, sem nunca conseguir
repetir o sucesso de Garganta profunda. Lançou livros ora
glamurizando a indústria pornô ora denunciando suas violências. Ficou
mais famosa pela última. “Você não sai da pornografia sem cicatrizes, e
os efeitos e consequências de ser usada repetidamente deixam você
machucada e até mesmo traumatizada”, diz a socióloga britânica Gail
Dines, autora do livro Pornland, um manifesto contra a pornografia.
SAIBA MAIS: Garganta profunda foi filmado em janeiro de 1972, durante
apenas seis dias e com um orçamento de U$ 25 mil, recatado para uma
produção cinematográfica. Arrecadou mais de US$ 600 milhões, mesmo com a
censura em 23 Estados americanos. O filme conta uma história quase
cômica: a de uma mulher, interpretada por Linda, que tinha o clitóris no
fundo da garganta e atingia orgasmos com sexo oral. A atriz, uma morena
magra e com sardas, tinha apenas 23 anos quando virou estrela. Ela
estava longe do estereótipo da estrela pornô: loiras com maquiagem
carregada e plásticas em excesso. A aura de garota comum pode explicar
parte do encanto despertado no público masculino por Linda. Ela chegou a
ser cortejada por Hugh Hefner, o bon vivant fundador da Playboy, publicação para qual posou em 1975.
(fonte: Época)
Comentários