Quem quer? Quem quer?

“Quem é daqui do mato, tem que ter muito cuidado com o encantado, quem quer ter paz na vida não se mete com Matinta. Mesmo na morte, a bicha é traiçoeira, se responder o chamado dela, não tem reza que dê jeito, tá com fardo de virar Matinta.”

Se é um pássaro ou uma velha ninguém sabe explicar ao certo. O que se sabe é que quando a Matinta assobia, o caboclo respeita e se aquieta. Imitam eles, dizendo que "em dada noite estavam em tal lugar quando de repente: Fiiiiiiiiiit, matinta perera!"

Segundo a historiadora Evelise Nascimento, em cada região, a Matinta é aquela velha senhora que vive sozinha, na mata, e que não costuma conversar muito.

E quem não conhece essa lenda? Acontecimentos misteriosos e medo no ar, assim o grande cineasta Fernando Segtowick deu vida a uma grande lenda folclórica com um toque pra lá de inusitado. No elenco encontramos a talentosíssima Dira Paes no papel da traiçoeira Matinta.



O curta intitulado “Matinta” retrata a história de uma comunidade assombrada, desde que a mulher de Felício (Adriano Barroso) foi ferida na mata inexplicavelmente, e a partir daí, fica muito doente. Com a ajuda da curandeira misteriosa da vila, descobrem que essa doença não passa de uma feitiçaria feita pela matinta (Dira Paes), um mito amazônico popular, a qual está vivendo junto com as pessoas naquele lugar, tudo porque alguém de lá, por coincidência ou não disse “eu quero”. Com muito suspense e surpresas, depois desse curta muita gente ficou com receio de dizer esta afirmação.

Coberta por uma capa preta que mora numa cabana de palha... É assim que o público espera encontrá-la, mas ao assistir pela primeira vez o curta, você se surpreende com a sensualidade predominante de uma Matinta misteriosa. A trilha sonora transporta o público para dentro do espetáculo. Envolve. Emociona. Arrepia ouvir a pergunta: “Quem quer? Quem quer?” Seguido dos tambores e reco-reco.

Quem vê o filme aprova o drama que envolve os personagens.

A primeira cena é de tirar o fôlego.

O suspense, brava os ouvidos atentos.

Girou a chave na porta e a Matinta ficou presa a Cultura popular, num projeto adaptado de Fernando Segtowick para o edital do Ministério da Cultura, o MinC, para a produção de curtas-metragem e no mesmo ano recebeu o patrocínio e fora gravado no Parque do Utinga, em Belém e na comunidade Caruaru em Mosqueiro.

'Uma coisa que tenho notado, é um sentimento de orgulho dos paraenses pela conquista dos prêmios, é isso é uma recompensa muito grande', diz Segtowick.

Em 2010, o curta foi premiado na 43ª edição do Festival de Brasília do Cinema Brasileiro, ganhou dois prêmios. Venceu nas categorias de melhor som com Evandro Lima, Miriam Biderman, Ricardo Reis e Paulo Furnari Gama e melhor atriz para Dira Paes. Como citei no parágrafo anterior: foram os elementos que se destacam no filme. “Os prêmios obtidos no festival são recompensas a esse trabalho. Investimos muito no som, e o resultado é esse prêmio maravilhoso”, comentou o cineasta.

...Quem quer, quem quer??? Gritei: -eu quero involuntariamente, não sei porque hoje eu tomo tanto café na casa dos outros Fiii-iiiit, solucei. Tem um fuminho aí?


ORIGEM

No interior diz-se que o marido voltou porre pra casa. A mulher começou a discutir com ele. O marido ainda bêbado lhe tira a vida e a daquele que carregava em seu ventre, após cometer o crime ele se mata. Amaldiçoada, seu espírito ganhou a capacidade de se transformar em mulher de dia e em coruja de noite. Então, como ela gostava de fumar, de dia ela batia nas residências pedindo fumo. Porém, se alguma pessoa negasse a dar o fumo para Matinta, ela voltava de noite para colocar o feto de sua criança morta na porta da casa desta criatura.

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