"Além do Arco-Íris" investiga, um pouco que confuso, como os contos de fada moldam nossas expectativas.
Habituados aos filmes corais, com
dezenas de personagens interagindo sem um protagonista se sobrepondo os demais,
Jean-Pierre Bacri e Agnès Jaoui combinam a paródia mais explícita e as
indiretas sutis aos costumes ocidentais. É assim o contexto da comédia “Além do
Arco-Íris” que está em cartaz no cinema Libero Luxardo em Belém.
O filme francês conta a história de uma
garotinha que acreditava no grande amor, nos sinais e no destino; de uma mulher
que sonhava em ser atriz e faria de tudo para conquistar seu sonho; em outro ponto da história, o filme retrata a vida de um rapaz
que acreditava em seu talento de compositor, mas não confiava muito ele mesmo.
A comédia "Além do Arco-íris" parte de uma premissa interessante: investigar como
os contos de fada moldam nossas expectativas quanto ao amor, à família e à
morte, por exemplo.
A diretora Agnes Jaoui, diferente
de seus outros trabalhos, utilizou em “Além do Arco-Íris” grandes efeitos estéticos
como movimentos de câmera e zoom, efeitos sonoros e fotografia. Tons sombrios e
escuros tomam conta das cenas que deveriam ser alegres e brilhantes, assim como
o aspecto multicolorido também se transforma em uma predominância de imagens
cinzentas, ocres.
Um belo espetáculo visual que
acabou divergindo da opinião de algumas pessoas. O filme foi duramente criticado pelo público.
“A confusão de tons, aliada à confusão de personagens, compromete a coerência
do conjunto. Em alguns momentos, o espectador pode se perguntar aonde a
diretora pretende levar tudo isso, ou o que realmente teria a dizer sobre o seu
tema”, afirmou o crítico Bruno Carmelo.
Quem sabe é essa proposta de um
filme que embora desconexo se mostra bem pensado e elaborado visualmente e
tecnicamente. Por trás dessa confusão "Além do Arco-Íris" se revela reflexivo e, meio que
instável, interessante.
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