E que época é essa que basta andar nas ruas de Belém para sentir esse cheiro típico regional da nossa terra? Que o povo fica mais unido e mais próspero com o próximo. As casas enfeitadas, decoradas de branco e amarelo, cheio de fitinhas e cartazes da santa que todos esperam passar.
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| Foto: Carlos Sodré |
Ah Belém, como fica bonita em Outubro. Mês de Nossa Senhora de Nazaré. Preparam-te para receber a multidão que vem de fora, vem de longe, só para ver a santinha na Berlinda envolver todos ao seu redor. E nesse mesmo domingo, as famílias se reúnem para comemorar mais um círio. Pato, tucupi, jambú, vatapá e claro, a maniçoba.
É o principal. Claro. Todos esperam esse momento para dividi-lo entre amigos, entre a família, sozinho ou acompanhado. Oriunda dos povos indígenas, esse prato típico do Pará é feito com as folhas da maniva/mandioca moídas e cozidas, por aproximadamente uma semana.
Oh cheiro bão! Cheiro que invade as casas dos paraenses.
Aquela panela grande onde as maniçobeiras preparam lá no fundo do quintal, em cima dos tijolos, naquele fogão caseiro. Fica horas e horas. Motivo pelo qual elas fazem questão de explicar “meu filho, é assim que se faz maniçoba, esse tempo todo na panela serve para retirar da planta o ácido cianídrico, que é venenoso”. E nesse jogo de sabores, o prato primoroso enriquece é acrescentado porções de carne de porco, carne bovina e outros ingredientes defumados e salgados.
Dizem que é uma comida perigosa e pode até morrer. Os velhinhos que o diga. Misturar então, nem se fale. O mais interessante ainda são essas lendas que o cerca. Ô maniçoba. Oh, comida que não agrada os olhos de muitos. Mas só quem come, sabe o quão deleitoso é. Tão viciante.
Com arroz ou com farinha. O importante é que ele está lá. Na mesa do paraense, especialmente, no segundo domingo do mês de outubro. Que mês maravilhoso.
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