E eu não vi o CRISTO...

Por Rama Torres
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E eu não vi o Cristo...
Que espécie de turista sou eu, como alguém vai ao Rio de Janeiro e não vê o Cristo Redentor bem de pertinho?
Ele estava coberto de neblina nas alturas, degustando seu “Pão de açúcar”. E naquele momento o Cristo de Concreto, se fez abstrato como ele é... Onisciente, Onipresente, Onipotente e por que não dizer... “ONIINVISÍVEL”, só que todos sentem?!
E eu não vi o Cristo...
Pelo menos, não como todos o viram... Aquele... O Redentor de braços abertos, eu só vi seu Dedo apontando para o céu como quem diz: “Olhe pra cima!”, e eu vi o céu de férias mais bonito, até então.
Um céu que se fundia às montanhas, como se fosse uma cobertura de sorvete, isso mesmo, sorvete, era assim que pareciam ser as nuvens que estavam tão baixinhas que nem algodão doce, só que gelado, muito gelado! Algodão doce e sorvete, uma bela combinação, não?
E eu não vi o Cristo...
A não ser... Por ter visto montanhas imensas chorarem, num choro tão bonito ao encontrar os rios. Choravam cascatas, Cachoeiras... Talvez elas soubessem de algo que todos nunca poderiam saber.
E eu não vi o Cristo...
Mas vi seu sorriso iluminando de dia, em forma de sol, só que de óculos! E ele esteve em praias lindas, em estradas lindas...
Vi Rios de Ostras, vi Angra de Reis, não sei bem ao certo quantos, mas, eram “reais”!
Andei por montanhas Ruças naturais, vi tanto verde que é quase impossível imaginar outra cor ao fechar os olhos.
Pude ser outra pessoa, com outras vestes, talvez uma Européia num cantinho brasileiro. Pude ser um urso e hibernei no inverno, libertando os pensamentos e aguçando a criatividade.
E por falar em criatividade, lembro de quem Criou tudo...
E ele, o Cristo, eu não vi não...
Mas, através dos olhos, eu via tudo o que ele fez, em cada detalhe, sendo que o olhar da chegada não foi o mesmo da saída, e nunca é... O olhar agora era o de saudade.
A máquina de fotografia não funcionava mais, não dá para mostrar a ninguém o meu olhar do dia 29 de julho, mas dá pra contar, descrevendo com a máquina perfeita dada a cada um de nós. A memória.
Através da memória, guardei uma das viagens mais belas que já fiz.
Agora sim posso voltar à rotina, pois sei que o Cristo... Ah! O Cristo eu não vi não... Mas ele me via!

(Pelo menos consegui ver a montanha "Dedo de Deus")

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Rama Torres faz parte da nova equipe de colunistas do Criatividade em Falta. Está cursando o 4° semestre de Jornalismo, adora ler, viajar e escrever. Sua paixão é o Jornalismo Literário. E contribuirá toda quarta com seus belos textos poéticos.

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