Reflexão de uma Sociedade Quase Perfeita no filme Doador de Memórias
Já pensou em viver numa sociedade
igualitária sem brigas e guerras? Doador de Memórias nos transporta para este
mundo fazendo críticas a um futuro quase perfeito e como seria o modelo ideal
para vivermos em paz. Esta
reflexão vai além dos sentimentos dos personagens. Percebemos a questão crucial
do Estado na sociedade como suposta proteção do indivíduo contra si mesmo e a
busca da perfeição.
Na história o jovem Jonas,
interpretado pelo ator Brenton Thwaites, é designado para ser o guardião das
memórias de uma sociedade, como já citado, fria, sem sentimentos e controladas
pelo governo. Após receber as lembranças guardadas ele se revolta e tenta mudar
a situação que vive aquela sociedade.
Saindo do padrão estético dos
filmes adolescentes inspirados em best-sellers, Doador de Memórias, dirigido
pelo cineasta Philip Noyce, ousa em forma, cor e planos. O avanço do
conhecimento do personagem principal é visto também nas cenas que variam do preto
e branco ao colorido. Fortes contrastes e iluminação ajudam a contar os
conflitos da história.
O filme se baseia nas questões
filosóficas e perdura em cenas frias e carentes de ações quando deveria
ter. Um desfecho aparentemente óbvio o
clímax aparece não empolgante e sem força. Desliza em clichês e se equilibra em
reflexões psicológicas com discursos políticos e um romance fraco pouco
explorado.
Ler o livro ajudaria a entrar
profundamente neste universo e desvendar as lacunas que o filme deixou. Doador de
Memórias não foi uma das melhores produções cinematográficas do ano e nem a
melhor adaptação dos inúmeros best-sellers que estão surgindo, mas a mensagem
sobre que sociedade estamos nos tornando e queremos ser fica no ar.
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